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Philips: Aprendizados de um Comitê de Inclusão e Diversidade

A Philips é um case de muito aprendizados e um deles é a Inclusão e Diversidade, temas de grande importância. Discutir sobre este tema faz parte de um universo muito eficaz que envolve pessoas e significados. Estar dentro deste contexto nos permite aprender e transmitir sobre o assunto.

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Inclusão e diversidade (I&D) são pautas essenciais para a construção de uma sociedade mais igualitária e são pautas requisitadas, principalmente, por millennials e a geração Z. São estes jovens que demandam um posicionamento claro das marcas e o desenvolvimento de ações afirmativas nas empresas. Na Philips, empresa em que trabalho, não é diferente, as pesquisas de engajamento realizadas de forma recorrente apontavam para a necessidade de mudanças para satisfazer a demanda desses profissionais. Este foi um dos motivos pelos quais, há um ano, sugeri a criação do comitê de I&D na Philips Brasil. Os outros motivos: propósito pessoal, crescente movimentos na sociedade, mitigação de riscos, ESG… 

Não imaginei que percorreria tanto em tão pouco tempo, encontrei pessoas apaixonadas por diversas causas e com disposição para o novo. Foram muitos aprendizados, e o primeiro, veio logo após a idéia, era necessário ter o apoio da alta gestão. E para melhor transitar entre o board local, convidamos a líder de uma das divisões para ser a sponsor do projeto, como é conhecida a pessoa que irá disseminar as ações do comitê entre os líderes da empresa. 

Com um sponsor a bordo e um pequeno grupo de voluntários engajados, resolvemos aprender com outras 9 empresas, afinal, se alguém já percorreu o mesmo caminho, vale entender as dificuldades de percurso e adaptar as ferramentas existentes para a nossa realidade. Nesta fase, encontrei pessoas abertas e dispostas a compartilhar sobre o tema. A possibilidade de se ter mais pessoas engajadas com as pautas e poder ajudar de alguma forma com o crescimento de outro comitê eram motivos suficientes para compartilhar detalhes da execução. 

Algumas curiosidades desta etapa, em uma grande empresa de bebidas, as principais campanhas de publicidade circulam pelo comitê antes de serem veiculadas para evitar possíveis vieses inconscientes na comunicação, em outra, o programa de estagiários com foco em pessoas de baixa renda inclui o pagamento de um salário e benefícios antecipados, deste modo, são garantidos os recursos para locomoção e refeições fora de casa (em tempos pré-pandemia, essa iniciativa era essencial) desde o primeiro dia de trabalho. 

Depois de meses desenhando o comitê, apresentei a iniciativa durante a reunião trimestral de resultados e convidei a todos para embarcarem no projeto. Foram +80 voluntários, pessoas ávidas para debater, aprender e compartilhar sobre os temas de I&D. Logo na primeira reunião, entendi que essas +80 pessoas tinham interesses diversos e por isto, criamos os 4 grupos de afinidade: Gênero, LGBT+, PCD e Raça. 

Os grupos definiram a sua própria dinâmica de interação e criaram espaços seguros onde experiências pessoais são divididas e temas atuais debatidos. Juntas, estas pessoas transformam os insights em formas de sensibilizar a empresa. E utilizamos as ferramentas de comunicação disponíveis para levar este conteúdo: rede social interna Yammer, newsletter mensal, sessões de bate-papo com convidados externos e um treinamento formal, que será mandatório para 100% dos colaboradores em 2021. 

Neste curto espaço de tempo, também trabalhamos aspectos mais burocráticos, como o Estatuto do Comitê, onde descrevemos os papéis e responsabilidades dos voluntários (líderes dos grupos de afinidade, sponsor, membros) e a gestão do budget, um dos feitos da sponsor em conseguir verba logo em nosso primeiro ano de existência. 

Para os próximos anos, vamos definir metas para o crescimento em diversidade nos times e a implementação de ações afirmativas, mas por enquanto, todas as nossas ações estão relacionadas à sensibilização, entendemos que neste primeiro momento é mais importante chamar a atenção de todos para as pautas mais urgentes, gerar reflexão sobre a situação atual  da empresa e criar um ambiente inclusivo e de respeito. Afinal, como disse Brad Feld, fundador do Foundry Group, em sua conversa durante o SXSW 2021, “é muito fácil criar um conceito de inclusão e esperar que as pessoas que você quer incluir venham até você, quando o certo é que você vá até elas”, e eu vou além, devemos ir até elas quando o ambiente estiver adequado para recebê-las.

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