Inteligência Sonora para marcas e líderes que querem ir além do óbvio.

Pense em sua rotina de vida e imagine que durante todo instante você está escutando algo. Sons que, sem perceber, afetam você de forma positiva ou negativa. Desde o alarme que toca pelas manhãs ao acordar, aos bips, melodias e sons mecânicos emitidos por diferentes produtos, anúncios ou podcasts com trilhas e vozes que distraem você enquanto realiza uma tarefa, playlists em conjunto com outros sons que ressoam em diferentes ambientes ou ainda Ícones sonoros que acusam uma nova mensagem recebida em seu celular.

Ufa!! Nesse emaranhado de sons, há aqueles que afetam você, se instalam em sua mente e podem soar de maneira positiva ou provocar memórias desastrosas.

Vivemos em meio a muitos estímulos sonoros e dentro desse contexto há o universo das marcas que constantemente fazem parte desse ecossistema, por vezes caótico, sem muita ou nenhuma distinção.

Em contraponto a esse cenário, estudos globais vêm revelando dados consistentes quanto ao uso desse sentido tão vital, mas ainda não pensado de forma estratégica, na construção de marcas realmente fortes e memoráveis.

Sons, por exemplo, afetam o comportamento de compra em 86%. Identidades sonoras aumentam o poder de marca em 76% (Kantar). Anúncios com elementos sonoros são até 8,5x mais eficazes que os puramente visuais (Ipsos). O branding sonoro não apenas ajuda no reconhecimento, mas também promove conexões emocionais com os consumidores. Foi demonstrado que ele melhora os indicadores de valor da marca, como relevância e qualidade percebida.

Esses elementos contribuem coletivamente para uma ressonância mais forte da marca. O projeto “Som da Confiança e Inclusão” da Mastercard resultou em um aumento de 63% nas transações digitaise um aumento de 78% na confiança entre os usuários, demonstrando os benefícios tangíveis nos negócios das estratégias eficazes de branding sonoro.

Trabalho com som há mais de 25 anos e fundei a Soundthinkers em 2003, uma Sound Company brasileira, justamente para responder estas e outras questões-chave através do que chamamos de Inteligência Sonora, onde promovemos uma escuta 360 para construir identidade e experiência de marca de forma estratégica e única.

Acontece que ao desenvolver projetos sonoros, principalmente para grandes players, sejam locais ou globais, envolvendo diferentes profissionais das mais variadas áreas, percebi alguns padrões e gostaria de dividir com você. Em nossa metodologia temos por hábito abrir a escuta tanto para fora quando para dentro da companhia e isso traz resultados poderosos e muito assertivos no momento de construir qualquer estratégia.

Então percebemos que quando falávamos sobre a pauta “som” de uma forma menos subjetiva e mais racional, uma dor em comum a todos surgia: muitos não se sentiam aptos para falar sobre o assunto ou não se sentiam alfabetizados em relação ao tema,ainda mais na tomada de decisão que envolvesse som. Profissionais de marketing traziam dificuldade técnica em discernir sobre a escolha de trilhas sonoras ou locuções para suas campanhas, ou mesmo em correlacionar uma construção mais ampla, contemplando a experiência de loja, por exemplo.

Já na área de Trade, além de pensar isoladamente apenas em Playlists, desconheciam a existência de guias sonoros para trazer o DNA da marca para dentro de espaços físicos de uma forma mais ampla e sofisticada. Ux Designers apresentaram seu sistema de design com orientações muito claras quanto ao viés estético visual e tom de voz, mas quando questionamos sobre como aquele raciocínio era desdobrado em som traziam a mesma dor. Além da não alfabetização sonora notória em diferentes setores isso refletiu outro ponto preocupante.

A narrativa da marca sendo construída de forma fragmentada e por consequência enfraquecendo seu DNA. Se por um lado caminhamos numa construção da jornada de marca cada vez mais humana e de múltiplos canais, percebemos, através de diferentes entrevistas em profundidade com líderes, que haviam dores em comum, reprimidas e represadas em diversos setores. Entretanto, uma marca é percebida pelas vivências reais que temos com ela de forma 360, ou seja, um fluxo oposto e unificado, onde a percepção é formada a partir de diferentes pontos de interação.

A inteligência sonora e nosso pensamento estratégico estão justamente na integração destes diferentes pontos e na orientação de líderes para que ativem o som de uma maneira muito mais estratégica, ajudando a criar marcas que soem congruentes de dentro para fora e de fora para dentro.

Se você, como líder, pudesse reunir uma amostra significativa de manifestações sonoras da sua marca de forma estratificada, como soaria em diferentes momentos de interação? Estaria em consonância ou dissonância aos seus anseios, pilares, essência e códigos visuais e verbais? Soaria de forma singular ou genérica frente a pares de mercado? Estaria gerando mais momentos bons ou ruins para seus diferentes públicos?

O fato é que se utilizar de inteligência sonora na construção da marca é uma vantagem competitiva e se isso ainda não faz parte do seu cotidiano, é bom agir rápido, caso contrário você corre o risco de estar soando de forma genérica ou pior, ruidosa na mente daqueles que justamente gostaria de engajar.

Autor: Paulo Dytz – CEO e Founder
Email: paulo@soundthinkers.co
Soundthinkers: https://soundthinkers.co/en

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