Quando foi a última vez que um investimento de marketing mudou, de fato, o rumo da sua marca?
Não falo de awareness passageiro nem de métricas que evaporam com o próximo algoritmo. Estou falando de impacto real, aquele que atravessa o tempo, molda percepções e coloca a marca como protagonista de histórias que importam.
A provocação é simples: e se o futuro do marketing não estivesse apenas no budget planejado, mas também na forma como sua companhia decide transformar o inevitável em estratégia
Todos os anos, bilhões de reais em impostos deixam as marcas sem que ninguém questione se poderiam ser usados de forma mais inteligente. Para se ter uma ideia, entre janeiro e agosto de 2024, 54,9 mil empresas direcionaram cerca de R$ 97,7 bilhões por meio de incentivos fiscais, segundo a Receita Federal em dados compilados pelo Infomoney. É um número expressivo, mas também um lembrete de quanto potencial ainda permanece inexplorado.
Quando bem aplicados, esses recursos transformam o que seria apenas despesa tributária em investimento com retorno direto em reputação, negócios e influência. Não se trata de filantropia: é branding com ROI. Patrocínios e projetos incentivados bem escolhidos não são apenas visibilidade de logomarca, mas narrativas vivas que unem impacto social, relevância e diferenciação estratégica.
Algumas companhias já entenderam isso. A Ambev, por exemplo, tem direcionado parte de seus impostos para o esporte, reforçando sua narrativa de apoio à cultura esportiva brasileira. Resultado: ampliou presença em territórios estratégicos, engajou comunidades e fortaleceu a marca sem depender exclusivamente da verba de mídia tradicional.
Se algumas macas já transformam imposto em reputação, a pergunta é: por que a maioria ainda insiste em tratar essa verba como perda inevitável, em vez de alavanca de marketing?
O que antes era visto apenas como obrigação tributária pode se tornar o divisor de águas entre marcas que apenas “fazem marketing” e aquelas que criam significado.
E talvez a pergunta que líderanças de marketing podem se fazer não seja “quanto vamos investir em mídia este ano?”, mas “como podemos usar o que já destinamos em impostos para gerar impacto, negócio e legado?”.
Afinal, o próximo grande case de marketing pode não nascer de um comercial genial, mas de um projeto incentivado capaz de transformar imposto em influência, propósito e resultado.